Por Ingrid Pitman Roriz
O endocrinologista Dr. Luiz Bian, referência na área em Brasília, trouxe uma conversa esclarecedora sobre os riscos dos anabolizantes, os cuidados com a reposição hormonal na menopausa e a necessidade de tratar a obesidade como doença crônica. Com linguagem acessível, ele desmonta mitos da internet e reforça: “não existe ciclo seguro de hormônios”.
Quem é o especialista
- Formação: Médico endocrinologista pela UNESP/Botucatu, com residência em clínica médica e endocrinologia.
- Atuação: Atendimento clínico no DF, docência em universidades e divulgação científica nas redes sociais.
- Diferencial: Consultor da Federação Brasileira de Fisiculturismo Natural, defendendo o esporte sem uso de substâncias proibidas.
Principais pontos da entrevista
“Endócrino do esporte” não existe
Segundo Dr. Bian, prescrever hormônios para estética ou performance é prática antiética e perigosa.
“O médico não pode usar CRM para prescrever algo que só traz doença e complicação. Hormônio para quem não tem deficiência é risco de morte.”
Riscos reais dos anabolizantes
- Aumento da viscosidade do sangue → risco de trombose.
- Alteração grave do colesterol.
- Infartos e derrames em jovens de 20–30 anos.
- Infertilidade masculina permanente.
- Virilização feminina (voz grossa definitiva, queda de cabelo, acne e alterações irreversíveis).
“Quem usa anabolizante está girando a roleta-russa. Não existe forma segura de usar.”
GH não emagrece
O hormônio do crescimento é vendido como “atalho” para perder gordura, mas pode:
- Induzir diabetes.
- Hipertrofiar o coração.
- Alterar feições do rosto, mãos e pés (acromegalia).
Reposição hormonal na menopausa
- Indicada para mulheres com sintomas (ondas de calor, ressecamento vaginal, alterações de humor e sono).
- Contraindicações absolutas: mulheres que já tiveram câncer de mama ou com alto risco cardiovascular.
- Custo acessível: entre R$ 50 e R$ 300 por mês.
- Segura quando bem indicada.
“Histórico familiar não impede a reposição. O risco é para quem já teve câncer de mama, não para filhas ou parentes.”
Obesidade é doença crônica
- Mais de 60% dos brasileiros estão acima do peso.
- A genética poupadora somada à abundância de comida cria cenário de ganho rápido de peso.
- O tratamento precisa ser contínuo: alimentação, exercício, sono e, muitas vezes, medicação por toda a vida.
- Interromper remédios modernos contra obesidade leva ao reganho de peso.
“Ser obeso não é falta de vontade. É uma doença crônica que precisa ser tratada como tal.”
Alternativa saudável: fisiculturismo natural
O especialista defende o fisiculturismo natural, categoria que proíbe hormônios, realiza testes antidoping e mostra que é possível obter resultados consistentes com treino, alimentação e disciplina.
“Em um ano já há melhora visível. Em cinco anos, o resultado é sensacional — e sem encurtar a vida.”
Serviço
- Instagram Dr. Luiz Bian: @thebianrocks
- Canal Vitrine da Capital (YouTube): entrevistas completas e cortes com especialistas.
- Instagram Ingrid Pitman Roriz: @ingridpitmanroriz
🔗 Assista à entrevista completa no canal Vitrine da Capital e confira cortes exclusivos com os melhores momentos.