No podcast Política do Bem, o deputado distrital Ricardo Vale (PT) fez um balanço do mandato e comentou os bastidores das eleições de 2026 no Distrito Federal.
Ele defendeu a unidade da esquerda, citou Leandro Grass como um nome preparado para a disputa, criticou a gestão da saúde no DF, falou sobre o PEDAF, o futebol em Sobradinho, o Eixão do Lazer, a Tarifa Zero Estudantil e a necessidade de diálogo entre os campos políticos.
Vale também afirmou que Lula é favorito em 2026, desde que a economia continue crescendo, e que o problema da saúde pública é “gestão, não falta de dinheiro”. Ao final, reforçou que pretende buscar a reeleição à Câmara Legislativa, mas que está à disposição do partido e do grupo político para o que vier.
Dedé Roriz: Deputado, obrigado pela presença. O Política do Bem é um programa democrático — recebemos parlamentares de direita, esquerda e centro para mostrar ações concretas.
Ricardo Vale: Eu que agradeço o convite. Esse espaço é fundamental para mostrar o que há de positivo na política.
Esporte e o orgulho de Sobradinho
Dedé: O senhor é um dos motores do Sobradinho Esporte Clube. A cidade respira futebol?
Ricardo Vale: Respira muito. Joguei a vida inteira no futebol amador e sei o quanto o esporte muda vidas. Resgatamos o Sobradinho em 2014, fomos campeões em 2018 e mantivemos o time na primeira divisão. Agora, o objetivo é montar uma equipe mais competitiva para o próximo campeonato.
Odir Ribeiro: Por que o time não joga no estádio da cidade?
Ricardo Vale: O estádio foi abandonado depois que a gestão passou da Administração Regional para a Secretaria de Esporte. Mas o secretário Renato Junqueira já está com licitação em andamento. Eu mesmo destinei emendas parlamentares para ajudar na reforma. A expectativa é disputar o campeonato do ano que vem em casa.
Educação em primeiro lugar
Dedé: Quanto o senhor já destinou para a educação?
Ricardo Vale: Desde que mudamos a lei do PEDAF em 2017, os deputados podem enviar recursos direto para as escolas. Já mandei cerca de R$ 10 milhões, beneficiando mais de 100 escolas. Essa é uma das maiores conquistas da Câmara Legislativa.
Antes, o dinheiro ia para a Secretaria de Educação e demorava a chegar. Hoje, as reformas são rápidas e as escolas estão de cara nova.
Odir: E as escolas cívico-militares, recebem apoio também?
Ricardo Vale: Recebem sim, se tiverem necessidade. A educação pública, seja cívico-militar ou não, merece estrutura de qualidade.
Saúde pública: “O problema é gestão, não falta de dinheiro”
Dedé: O que falta na saúde do DF?
Ricardo Vale: Falta gestão. Todo ano sobra dinheiro, mas o governo não executa tudo. Faltam médicos, leitos e planejamento. O modelo precisa ser revisto, porque o problema não é financeiro.
Odir: O senhor sugeriu trazer médicos de Cuba?
Ricardo Vale: Sim. Conversei com o governador e sugeri um convênio com Cuba para suprir a falta de profissionais em áreas críticas, como pediatria e anestesia. Cuba exporta médicos para o mundo todo e tem uma política de prevenção em saúde que deveríamos adotar aqui.
Eixão do Lazer e defesa das feiras
Dedé: O senhor esteve envolvido na defesa do Eixão do Lazer, certo?
Ricardo Vale: Sim. Houve uma tentativa de acabar com o projeto, e nós reagimos. Fizemos audiências públicas, ouvimos moradores e trabalhadores e conseguimos manter o Eixão funcionando. São mais de 1.200 pessoas que tiram o sustento dali. É lazer e economia juntos.
Odir: E sobre o projeto de privatização das feiras?
Ricardo Vale: Também nos posicionamos contra. O governo queria obrigar feirantes antigos a comprarem suas bancas. Intervi e o governo recuou. Muita gente ali trabalha há 50, 60 anos. Eles merecem respeito.
Tarifa Zero: do sonho à realidade
Dedé: A Tarifa Zero Estudantil é um dos temas que o senhor mais defende. Em que pé está?
Ricardo Vale: Defendo desde 2015. Sugeri começar nos finais de semana e feriados, e o governo implementou. Hoje o projeto de Tarifa Zero Estudantil está pronto para votação em plenário. É uma política pública que gera emprego, movimenta a economia e garante o direito de ir e vir.
Odir: O sistema aguenta?
Ricardo Vale: Aguenta sim. Com o subsídio atual, é perfeitamente possível ampliar. A Tarifa Zero é como o SUS ou a educação pública: um direito universal.
Eleições de 2026 no DF
Odir: O senhor acha que a esquerda precisa se unir?
Ricardo Vale: Com certeza. Temos bons nomes, como Érica Kokay, Magela e Leandro Grass, mas se cada um sair por um lado, fica difícil. É hora de construir unidade.
Dedé: E a direita, saiu na frente com a vice-governadora Celina Leão?
Ricardo Vale: Saiu na frente, mas política é dinâmica. As peças mudam rápido. A direita também pode se dividir — e isso muda completamente o cenário.
Política e superação
Dedé: O senhor perdeu em 2018 e voltou em 2022 com o dobro de votos. Como foi esse processo?
Ricardo Vale: Política se faz todos os dias. Mesmo sem mandato, continuei ajudando as pessoas. Não parei. Isso me trouxe de volta com mais força e reconhecimento.
Planos para o futuro
Odir: O senhor pretende disputar qual cargo em 2026?
Ricardo Vale: Minha tendência é buscar a reeleição para continuar os projetos que ainda quero concluir. Mas estou à disposição do partido e do grupo político. A decisão será coletiva.
Anistia e eleições nacionais
Dedé: O senhor é a favor da anistia aos envolvidos no 8 de janeiro?
Ricardo Vale: Sou contra. Quem tentou golpe tem que responder. Alguns foram usados, mas cometeram crime. A justiça deve agir com equilíbrio, mas sem impunidade.
Odir: E sobre Lula em 2026?
Ricardo Vale: O Lula é favorito. Se a economia continuar melhorando e os investimentos externos crescerem, ele será reeleito. O Brasil está voltando a andar para frente.
Dedé: Deputado, muito obrigado pela presença.
Ricardo Vale: Eu que agradeço. Política é diálogo, é construir pontes. Mesmo com ideias diferentes, o importante é trabalhar pelo povo do Distrito Federal.
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