Entrevista — Vitrine Saúde & Beleza x Laerte Bessa (ex-deputado federal)
Vitrine Saúde: Bessa, o senhor tem uma trajetória marcante na Polícia Civil. Como começou sua carreira e como foi atuar em regiões tão violentas como o Gama?
Laerte Bessa: Cheguei em Brasília em 1986, comecei na 11ª DP e logo fui para o Gama, que era extremamente violento. Não existia a 20ª DP, e a gente cuidava de duas invasões — setor oeste e setor leste — além da divisa com Goiás. Era pressão o tempo todo, praticamente cuidávamos de dois estados.
Vitrine Saúde: E foi essa atuação que chamou atenção do então governador Joaquim Roriz, certo?
Laerte Bessa: Sim. Eu era chefe da Antissequestro, o Roriz confiava muito em mim. Quando acontecia algo na fazenda dele, ele ligava direto pra mim. Essa relação de confiança resultou no convite para assumir a Direção-Geral da Polícia Civil quando ele assumiu o governo em 1999.
Vitrine Saúde: O senhor participou de casos que marcaram o Brasil, como o sequestro da filha do senador Luiz Estevão e o famoso caso Pedrinho. Como foi viver isso de perto?
Laerte Bessa: Foram operações muito intensas. No caso da filha do Luiz Estevão, antecipamos meu retorno dos Estados Unidos para atuar. Já o caso Pedrinho foi o mais emblemático: passaram-se anos de investigação até, em 2004, confirmarmos por DNA que o jovem encontrado em Goiânia era o verdadeiro Pedrinho. O reencontro com a família foi emocionante.
Vitrine Saúde: Esse caso até virou livro, não é?
Laerte Bessa: Virou. O livro conta os bastidores do caso Pedrinho e de outros episódios importantes, como o caso Zé Carlos Alves dos Santos, ligado à CPI dos Anões do Orçamento, e outros sequestros que marcaram a história da segurança pública.
Vitrine Saúde: E como surgiu a sua ida para a política?
Laerte Bessa: Eu nunca fui apaixonado por política. Mas o Roriz insistia muito. Em 2006, numa inauguração da 32ª DP em Samambaia, ele me anunciou no palanque como futuro deputado federal. Não teve mais volta. Fui candidato, contei com o apoio da Polícia Civil e do próprio Roriz e acabei eleito deputado federal.
Vitrine Saúde: Um dos temas mais fortes do seu mandato foi a redução da maioridade penal.
Laerte Bessa: Isso. Como presidente da Comissão de Segurança Pública, conduzi a PEC que reduzia a maioridade penal para 16 anos em casos de crimes hediondos. Aprovamos na Câmara, passou pela CCJ do Senado, mas acabou barrada no plenário. O texto continua lá: se colocarem em votação, está pronto para ser retomado.
Vitrine Saúde: O senhor integrou a chamada “bancada da bala”. O cidadão deve ter direito ao porte de arma?
Laerte Bessa: Defendo que sim, com critérios rígidos, preparo e justificativa. Há pessoas constantemente ameaçadas que não conseguem contar com a proteção do Estado. Elas precisam ter o direito de se defender.
Vitrine Saúde: O senhor também é conhecido pela amizade com o cantor Leonardo e pelo acidente grave que viveram juntos. O que aconteceu naquele dia?
Laerte Bessa: Estávamos indo pescar, em cinco pessoas, numa Land Rover emprestada. O Leonardo quis dirigir, acabou passando dos limites, perdeu o controle e o carro capotou. Infelizmente, um amigo faleceu e nós ficamos internados. Hoje brinco que ele nunca me indenizou (risos), mas somos grandes amigos até hoje.
Vitrine Saúde: Hoje, como ex-deputado federal, o senhor pensa em disputar novamente uma eleição?
Laerte Bessa: Há uma cobrança grande dentro do partido para que eu volte. Estou avaliando. Se a saúde estiver boa e eu entrar, é para disputar para ganhar, não para fazer número.
Vitrine Saúde: Fica então o compromisso: se decidir ser candidato, traz a notícia primeiro pra gente?
Laerte Bessa: Combinado. Se eu voltar, o anúncio sai primeiro com vocês.
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