Podcast Mais Que Jurídico entrevista Dra. Camila Silva


Podcast Mais Que Jurídico: Por que a senhora escolheu o Direito — e, especificamente, o Ministério Público?
Dra. Camila: Venho de família jurídica e sempre tive afinidade com Humanas. Depois de estágios no Judiciário e no Ministério Público e passagem pela advocacia e consultoria tributária, voltei à minha paixão: direitos difusos e coletivos (meio ambiente, patrimônio público, infância e juventude). A atuação extrajudicial do MP me conquistou.

Podcast Mais Que Jurídico: Quais são hoje suas principais frentes de atuação?
Dra. Camila: Juizado Especial Criminal e tutela do patrimônio público. No Juizado, agir cedo evita a escalada da violência; na improbidade, busco solução efetiva e célere.

Podcast Mais Que Jurídico: “Tolerância mínima” para pequenas infrações funciona?
Dra. Camila: Sim. Cuidar do pequeno evita o grave. Perturbação do sossego, ameaças e omissão na guarda de animais, se ignorados, viram casos sérios.

Podcast Mais Que Jurídico: Como os mecanismos autocompositivos ajudam?
Dra. Camila: Muito. Transação penal e suspensão condicional no Juizado; ANPP no penal; e, desde 2021, Acordo de Não Persecução Cível (ANPC) na improbidade. Menos desgaste, ressarcimento rápido e Judiciário desafogado.

Podcast Mais Que Jurídico: Em que situações o ANPC faz sentido?
Dra. Camila: Irregularidades sem grande vulto (ex.: uso indevido de bem público, acúmulo de cargos). O foco é reparar rapidamente o erário, com segurança jurídica — se o acordo falhar, o processo segue. Em casos graves/milionários, não se aplica.

Podcast Mais Que Jurídico: Quais as maiores dificuldades no Juizado?
Dra. Camila: Citações e intimações em “cidades-dormitório” e prescrição. A Lei 9.099/95 merece atualização (ex.: ampliar citação por hora certa/edital) para dar mais efetividade.

Podcast Mais Que Jurídico: Promotor só acusa? A senhora já pediu absolvição?
Dra. Camila: O Ministério Público é fiscal da lei. A independência funcional permite pedir absolvição quando as provas não sustentam a acusação. Já aconteceu em instruções e no júri.

Podcast Mais Que Jurídico: Violência doméstica: o que pesa na decisão?
Dra. Camila: É multifatorial (dependências econômica e emocional, ciclo de violência). Avançamos ao tornar ameaça ação pública incondicionada, valorizando a vítima. Autonomia financeira das mulheres é central.

Podcast Mais Que Jurídico: A vítima é realmente valorizada?
Dra. Camila: Deveria ser sempre. Nas audiências, ouvir com tempo e respeito. Em acordos, priorizar reparação do dano.

Podcast Mais Que Jurídico: O papel social do Ministério Público hoje?
Dra. Camila: Ser resolutivo: dialogar com a comunidade e solucionar problemas coletivos (saúde, meio ambiente, patrimônio público) com efetividade e duração razoável do processo.

Podcast Mais Que Jurídico: Vida pessoal: como desanuviar?
Dra. Camila: Natureza: trilhas, cachoeiras, Lago Paranoá, bicicleta em parques.

Podcast Mais Que Jurídico: Conselho para quem sonha com a carreira?
Dra. Camila: Persistência. Estudei cerca de quatro anos até a aprovação. “Só não passa quem desiste.” Base humanista, técnica sólida e foco no interesse público.

Podcast Mais Que Jurídico: Mulheres no sistema de justiça: o que falta?
Dra. Camila: Avançamos na base; precisamos de paridade nas cúpulas. Olhares diversos qualificam decisões, sobretudo em temas sensíveis.

Podcast Mais Que Jurídico: A promotora e a cidadã se separam?
Dra. Camila: O cargo exige conduta exemplar e impõe limites (inclusive nas redes). Há pressões, mas as garantias constitucionais asseguram independência para fazer o certo.

Podcast Mais Que Jurídico: Portas abertas?
Dra. Camila: Sempre. A Promotoria de Cidade Ocidental está à disposição de acadêmicos e da comunidade. O objetivo é resolver problemas com técnica e humanidade.


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